MAGNÍFICA 70 (2015)
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MAGNÍFICA 70 (2015)
MAGNÍFICA 70 (2015)
R$ 4,00
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Dirigida por Claudio Torres (de A Mulher Invisível) e escrita por ele, Renato Fagundes e Leandro Assis, a série conta em 13 episódios uma história de mistério e sedução ambientada nos bastidores da Boca do Lixo, região do centro de São Paulo conhecida por abrigar produtoras de cinema entre os anos 60 e 90, em especial as especializadas em pornochanchadas.
Um produtor de filmes eróticos impotente, uma mulher que aceita protagonizar de A Devassa da Estudante para colher informações valiosas e um censor de vida sexual mal resolvida são os personagens centrais do roteiro, inventivo à moda dos enredos das próprias ponochanchadas. Entre o drama e a inevitável veia cômica, a trama acompanha o que acontece quando um filme erótico é censurado no escritório da Dra Sueli – uma alusão óbvia e divertida à famosa Dona Solange, diretora do Departamento de Censura Federal.
Como é de se esperar de uma produção com a grife HBO, a reconstrução da época é perfeita por não ceder ao cafonismo que costuma marcar as histórias ambientadas nos 70. A aventura dos produtores reais daquela época em filmes como O Mulherengo, de 1977, citado em uma das cenas da série, daria por si só um roteiro recheado de passagens saborosas. Mas Magnífica 70 torna-se mais interessante do que isso ao se aproveitar da discussão sobre moralidade para criar um enredo sagaz com personagens ricos e cheios de verdade. Com elementos de Nelson Rodrigues e um encadeamento ágil de acontecimentos, a estreia deu a impressão de que a TV brasileira tem o seu Mad Men – da Madison Avenue para a Rua do Triunfo.
Marcos Winter interpreta Vicente, um censor que vive de passar a tesoura no trabalho alheio, o que soa como uma compensação pelo sexo sem graça que ele pratica em casa. Casado com Isabel (Maria Luísa Mendonça), é atormentado pela lembrança da provocativa cunhada adolescente, Ângela (Bella Camero), que foi brutalmente assassinada – terá ele algo a ver com isso? Para ficar mais confuso, o pai das moças é um general do Exército – numa ótima piada, o papel é de Paulo César Peréio, grande nome do cinema marginal.